quarta-feira, 18 de maio de 2011

NEOLÍTICO

pendor por fendas,
por onde perdas;

propensão, pertença
a quebras, a quedas,

pulsões em disputa,
tendência a atos atônitos

de ciência e sonho,
constância no caos

(espaço de dissipação
apto a acidentes,

omissão de apoio,
crua corrupção).





(poema até há pouco tempo inédito, agora publicado, ao lado d'"O poema inacabado", na coletânea “O melhor da festa volume 3” (Casa Verde, 264 páginas), que recebi pelo correio esta semana; semaninha tumultuada, de modo que nem tive tempo de iniciar a leitura do volume, apenas de apreciar a bela capa criada por Márcio-André e de gozar da emoção de ver uma amostra de meu trabalho enfeixada junto com textos de autores que admiro de longa data (João Gilberto Noll, Antonio Cicero), figuras que são referência em seus campos de atuação (Douglas Diegues, Ronald Augusto, Henrique Rodrigues), jovens poetas que têm se destacado por sua produção (Everton Behenck, Marcelo Sahea) e, principalmente, dois grandes amigos (Lima Trindade, Sandro Ornellas).

terça-feira, 10 de maio de 2011

A edição 2011 do "Guia do Ócio" (versão Salvador) pediu a várias figuras locais e de fora dicas sobre o que ver e fazer na capital baiana. Entre botecos, festas, restaurantes, museus e atrações turísticas, coube-me recomendar atrações no campo literário.

Em minha pequena participação, citei livrarias particularmente especiais para mim, lugares que eu frequentava toda semana quando morava lá.

O "Guia do Ócio" tem 234 páginas, custa R$14,90 e pode ser encontrado em livrarias, bancas de revistas, hotéis e lojas de conveniências de Salvador - além de estar à venda pela internet.

domingo, 8 de maio de 2011

"(...) a relação entre espaço e tempo, tal como a percebemos ao viajar, tem (...) algo de ilusionista e ilusório, razão pela qual sempre que voltamos de viagem nunca sabemos com certeza se de fato estivemos fora." (W. G. Sebald, "Austerlitz", tradução de José Marcos Macedo, Companhia das Letras, 2008, p. 16)

"Mesmo em uma metrópole regida pelo tempo (...) é possível (...) estar fora do tempo (...)" (id., ibid., p. 103)

"(...) eu costumava sonhar com uma terra sem nome nem fronteiras, totalmente coberta de florestas escuras, que eu tinha de atravessar sem saber para onde." (id., ibid., p. 219-220)