sábado, 25 de dezembro de 2010

"todas as cidades começaram sendo campo. (...) uma cidade não começa sendo uma cidade, mas um terreno baldio, ou sendo o campo diretamente" (p. 40); "não existe nenhuma razão para que o universo - essa coisa tão complexa - seja compreensível (...)" (p. 137)

Jorge Luis Borges, "Sobre a filosofia e outros diálogos" (tradução de John O'Kuinghttons, Hedra, 2009)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Resenha de "Macromundo" por Henrique Rodrigues (+ bônus: resenha de "Microafetos")

O blog Prosa Online (versão eletrônica do caderno "Prosa & Verso" do jornal "O Globo") publicou hoje uma resenha de "Macromundo" (Confraria do Vento, 2010) escrita pelo poeta Henrique Rodrigues. Aqui está o link direto e um printscreen da resenha (dividida em 3 telas):

1.


2.


3.


Henrique Rodrigues também publicou uma resenha sobre meu primeiro livro, "Microafetos" (Edições K, 2005), no caderno "Idéias" do "Jornal do Brasil", logo após o lançamento. Na época, o fato foi uma grata surpresa para mim, pois até então não tínhamos qualquer contato e nem ele nem eu sabíamos da existência um do outro. O texto se chama "Prosopopéia do universo"; para ler, clique aqui ou aqui:




Vale lembrar que "Macromundo" continua à venda nas seguintes livrarias e cidades: Martins Fontes Paulista (São Paulo), Livraria da Travessa (Rio de Janeiro), LDM Multicampi (Salvador), Midialouca (Salvador) e Cultura.
Ou diretamente comigo, via e-mail (wladimircaze@gmail.com),
ao preço de R$ 20,00.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Colombia, 2009

Terminou ontem o 14º Festival Internacional de Poesía en Cartagena, organizado pelo poeta Martín Salas na bela cidade caribenha de Cartagena de Indias, Colombia. Para reviver com nostalgia os dias da edição de 2009 do evento, aí vão alguns estilhaços visuais e sonoros e anotações extraídas do moleskine surrado que carreguei na viagem.

28/11/2009
Vista da janela do quarto de hotel

Cheguei num sábado a Cartagena de Indias, depois de 17 horas de viagem e pousos em quatro aeroportos (Galeão, Guarulhos, Bogotá e o destino final). (...) Com a janela do quarto de hotel aberta, posso escutar ritmos e fragmentos de melodias que não me deixam duvidar de que estou no Caribe (...).

Vista da janela do quarto de hotel

29/11/2009
As ruas do Centro Histórico estavam praticamente vazias, o que me permitiu apreciar com mais vagar a arquitetura colonial.

Um típico balcone do Centro Histórico de Cartagena

Iglesia de Santo Domingo, em Cartagena

A primeira pessoa que vi hoje na rua foi um soldado do exército, guardando a Avenida Venezuela (se realiza aqui uma conferência internacional sobre o tratado de Ottawa, que trata da proibição de minas terrestres). No camin
ho de volta ao hotel, descobri um pólo de sebos de livros usados na calle 32 (Avenida Daniel Lemaitre). São pequenas barracas de metal, pintadas de branco. (...)

Sebos de livros da Calle 32

Telefonei para Martín Salas e ele me explicou como chegar ao aeroporto de ônibus. Peguei o “Crespo” e fui encontrá-lo para recepcionarmos Antonio Barreto.

O ônibus (buseta) "Crespo"

Em seguida chegou Wilson Cardozo , do Uruguai (...). Cardozo é um tipo divertido, nascido numa cidade próxima à fronteira com o Brasil, que compreende bem o português. É formado em
letras e há quase vinte anos atua como funcionário da universidade nacional uruguaia, em cargo administrativo. Tem uma atuação larga na cultura de seu país, inclusive promovendo edições de livros e eventos de leitura de poesia com música. (...)

1º/12/2009
Houve uma reunião preliminar entre a Siembra (organização à frente do Festipoesia) e os poetas convidados, numa barraca de praia à beira do mar do Caribe.

3/12/2009
Terceiro dia de Festipoesia. Tivemos inicialmente dois encontros matinais com a imprensa local, nos quais os poetas falaram um pouco sobre seu trabalho. Os recitais se sucederam em diversos espaços, para onde os anfitriões nos conduzem de ônibus fretado, transporte público ou táxi: La
Amadora, um bairro muito pobre, como uma favela;
Martín Salas no recital para as crianças do bairro La Amadora

a Casa Bolívar, onde houve um recital na programação de um evento sobre diversidade sexual, na noite de terça-feira...

... e, hoje, uma atividade reunindo poetas e crianças que estão envolvidas com poesia; a Universidade de Cartagena e o Theatro Heredia (ontem), palco da grande noite de abertura com um longo recital em que leram poemas mais de 20 poetas, de pelo menos 12 países (Colômbia, Brasil, Venezuela, Uruguai, Costa Rica, Porto Rico, Chile, Japão, Noruega, Itália, Haiti e Romênia). Arrisquei-me a ler, num esfarrapado portuñol, cinco de meus poemas na versão em espanhol de Antonio Barreto e Paula Ruth (...).

Theatro Heredia, palco do r
ecital de abertura do Festipoesía

Cartagena é muito colorida, ensolarada, com um lindo e bem conservado casario, animado por cultura e história e infectado por tudo o que o turismo globalizado arrasta consigo.

8/12/2009
Rua do bairro La Candelaria, Centro Histórico de Bogotá

Giro desesperado por Bogotá, do setor de monumentos em torno da Plaza Bolívar até o Parque Independencia, de um lado a outro da Carrera Setima com apenas dez mil pesos no bolso da camisa (...). (...) museus fechados, por conta das festividades de abertura do mês natalino colombiano (que nos proporcionou uma chegada impactante, ontem à noite, à Candelária decorada com centenas de velitas, fogos de artifício sobre o Colpatria e Montesserrate como um presépio sobre as cabeças).



Rua do bairro La Candelaria, Centro Histórico de Bogotá

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Las campañas de Borges no son fúnebres sino introvertidas y discretas. Rodean la ciudad como una extensión que casi no tiene ni las cualidades de un paisaje; sobre todo, son la prefiguración 'natural' de lo que iba a ser Buenos Aires moderna: una extensión definida por la geometría de un horizonte invariable, lejos de todo pintoresquismo, sin variaciones topográficas, ni fuertes marcas históricas, sin momumentos, espacio vacío para los recorridos a caballo, con huellas que deben descrifrarse, indeciso entre la tierra y el río, entre el cielo y su límite en el horizonte. En la llanura está la forma de la ciudad, su destino de orilla; la pampa es la orilla lábil de la ciudad que se deshace en la llanura, una extensión sin cualidades (...)."

Beatriz Sarlo, in: "Escritos sobre literatura argentina", Buenos Aires, Siglo XXI Editores Argentina, 2007, p. 152

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Errotica" é uma exposição virtual de arte, realizada pelas galerias Fora do Tempo e BenteVi, com curadoria de Cacá Faria, Flávio Biriba, Flávio Lazarino e Larissa Ferreira. Foram selecionados 10 trabalhos (em áudio, fotografia, vídeo e outros suportes) que abordam temáticas como corpo "erótico-errante", sexualidade e desejo. Entre eles, "Barata", sonorização do meu poema de mesmo título produzida pelo compositor Heitor Dantas no âmbito de nosso projeto de poesia sonora Vetor. O poema foi inspirado na foto abaixo, de Ingrid Klinkby, e comparece, com uma ligeira modificação, no meu livro "Macromundo" (Confraria do Vento, 2010). Para escutar a sonorização de "Barata", clique no Play. Para conhecer os outros trabalhos da exposição "Errotica" passe no sítio da galeria Fora do Tempo.





"Barata"
Texto e voz: Wladimir Cazé
Sonorização: Heitor Dantas
Fotografia: Ingrid Klinkby



Vale lembrar que "Macromundo" continua à venda nas seguintes livrarias e cidades: Martins Fontes Paulista (São Paulo), Livraria da Travessa (Rio de Janeiro), LDM Multicampi (Salvador), Midialouca (Salvador) e Cultura.
Ou diretamente comigo, via e-mail (wladimircaze@gmail.com),
ao preço de R$ 20,00.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

"o universo (...) não sabemos se é um cosmos ou se é um caos"; "Buenos Aires invade a planície porque (...) Buenos Aires inteiro é a planície invadida (...) Um pampa com muitas casas, e com sobrados (...)."; "o passsado é plástico, e o futuro também. Por outro lado, infelizmente o presente não é (...)."
Jorge Luis Borges, "Sobre os sonhos e outros diálogos" (tradução de John O'Kuinghttons, Hedra, 2009)

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

a noite nos livra de uma das maiores angústias: a prolixidade do real; quer dizer, de dia percorremos uma cidade cheia de detalhes e, à noite, altas horas, (...) percorremos uma cidade simplificada, uma cidade que tem a simplicidade de uma planície ou de um sonho.”

Jorge Luis Borges, em “Jorge Luis Borges: sete conversas com Fernando Sorrentino” (tradução de Ana Flores, Azougue, 2009)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Brasília, 21 de outubro de 2010:
Luiz Amorim (T-Bone), Lília Diniz (Maranhão), WC e Luiz Alberto Mendes (São Paulo)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Clique na imagem para ler matéria
do "Correio Braziliense" (caderno Diversão&Arte, p. 4)
de 21 de outubro

sábado, 23 de outubro de 2010

"Mulher sobre a terra" (videopoema, 2010)

Meu poema "Mulher sobre a terra", do livro "Microafetos" (2005, esgotado), ganhou uma versão sonorovisual elaborada no âmbito do projeto Vetor, que desenvolvo desde 2008, em parceria com o compositor e produtor musical Heitor Dantas. Recentemente, passamos a contar com a colaboração do designer e videomaker João Pucci, e este é nosso primeiro experimento agregando a linguagem do vídeo à pesquisa em poesia sonora que já vinha sendo feita.

"Mulher sobre a terra" (2010)
Texto: Wladimir Cazé
Argumento, roteiro e direção: Heitor Dantas
Sonorização: Heitor Dantas
Edição: Heitor Dantas & Bruna de Jesus
Finalização: João P. Pucci
Vozes: Bruna de Jesus, Vanda Teixeira & Maria Aparecida Moraes
Vea abajo "Mujer sobre la tierra",
el videopoema con subtítulos en español


Versión del poema para español por Antonio Barreto y Paula Ruth

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Macromundo" no Correio Braziliense

A edição de hoje do "Correio Braziliense" publicou uma matéria no caderno Diversão&Arte (p. 4) sobre o lançamento de "Macromundo" em Brasília (às 19h desta quinta-feira, no Açougue Cultural T-Bone, SCLN 312 Bloco B, Loja 27), com o título "O infinito e o cotidiano com gosto de cordel" (na versão digital, o título é outro). Curiosamente (pois a página é impressa em cores), a capa do livro saiu preta (e não no belo tom de verde escolhido por Márcio-André, editor e designer da Confraria do Vento):

A capa de "Macromundo" na versão preto-fosco-fanzine,
publicada no "
Correio Braziliense" de hoje

A verdadeira capa de "Macromundo", com ilustração
de Iansã Negrão e design de Márcio-André

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Portal de Poesía Iberoamericana é uma seção do latifúndio virtual do poeta Antonio Miranda voltada a aproximar o público brasileiro da poesia praticada atualmente nos países iberoamericanos. Com um vasto conteúdo, a página é uma fonte de informação e uma referência importante. Esta semana, tive o privilégio de ganhar um perfil lá - na subseção Poesia dos Brasis (link Pernambuco) e também em Poetas de A a Z -, com os poemas “O sol, como investe”, “Dois urubus” “Gaivotas 3”, “Molusco” e “Alimária” (todos do livro “Macromundo”).
A foto acima foi tirada durante a Pré-Bienal Internacional de Poesia, que ocorreu nas noites de 14 e 15 de outubro de 2010, na Biblioteca Nacional de Brasília. A programação, de alta qualidade, teve performance poeticomusical de Sids Oliveira, leituras dos poetas brasilienses Jarbas Junior, Luis Turiba e Nicolas Behr e dos convidados Roberto Bianchi (Uruguai), Milagros Terán (Nicarágua), Maria Casiraghi (Argentina) e Ana Guillot (Argentina), além de um pocket show de Zeca Baleiro (que mostrou três de suas canções com poemas de Hilda Hilst e uma com o poema de Murilo Mendes “Relatividade da mulher amada”).

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Macromundo” em Brasília

Vou participar de uma noite literária no projeto Quintas Culturais do famoso Açougue Cultural T-Bone, nesta quinta-feira, dia 21 de outubro, às 19h, em Brasília (DF). A ideia é que eu fale um pouco sobre “Macromundo” e leia alguns poemas. A noite também terá o escritor paulistano Luiz Alberto Mendes (“Memórias de um sobrevivente”), o cantor e compositor Máximo Mansur e a poeta Lília Diniz, ambos de Brasília.

Data: 21/10/10
Horário: 19 horas
Local: Açougue Cultural T-Bone (SCLN 312 Bl. B Lj. 27, Brasília/DF)
Tel: (61) 3274-1665
Entrada franca

Clique na imagem abaixo para ver o convite do evento



terça-feira, 12 de outubro de 2010

4 poemas em cena


"Barata", "Valsa" e "Gaivotas 2" do livro "Macromundo" (Confraria do Vento, 2010); "Gaivota" do livro "Microafetos" (Edições K, 2005)

Com Werlesson Grassi e Jamille Ghil

Filmado no campus da UFES, em Vitória/ES, em 20 de maio de 2010

Duração: 2'28''

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A 5ª edição da FLAP (evento literário alternativo que desde 2005 acontece todos os anos em São Paulo) começa nesta quinta, 7/10, e vai até segunda-feira, 11, desta vez com programação quase exclusivamente virtual.

No sábado, 9/10, às 19h, participarei do debate (via chat) "Contaminações - Literatura em tempos de imagem", juntamente com
Flávia Rocha, Martín Barea Mattos & Marcia Tíburi (((mediação de Maiara Gouveia). A proposta é conversar sobre as conexões entre as linguagens não-literárias e a produção textual contemporânea, em incursões pela arte pop, pela canção, pelo cinema e por outras formas expressivas.

Para seguir o debate e participar, acesse a
Sala de Debates no horário marcado.

A programação completa da FLAP 2010 pode ser conferida e acompanhada integralmente pelo blog do evento.

Estejam convidados a contribuir para as discussões.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Entrevista na revista "Graciano" n° 4

"Graciano" é uma publicação mensal do grupo de discussão e produção literária Cronópio, projeto de extensão do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), vinculado à RELer&Fazer (Rede de Experiências em Leitura). A proposta da revista é "lançar um olhar jovem sobre a produção literária contemporânea no Espírito Santo, através de resenhas, entrevistas, debates, publicações de textos literários" e "promover uma reflexão sobre como nossa literatura traduz as múltiplas experiências de quem vive no Espírito Santo hoje". A edição n° 4, de setembro de 2010, traz uma entrevista que o jovem Lucas Schuina fez comigo no começo de setembro, na qual falo sobre poesia, trabalho +/vs. literatura, cena cultural capixaba, projetos em andamento (ainda que esse andamento seja Larghissimo, no sentido musical do termo...) e outros assuntos. Confira no link abaixo a íntegra da entrevista (páginas 18-25), com direito a dois poemas de “Macromundo” (“Quintal”, p. 26, e “Porvir”, p. 27).


Mais links para a "Graciano":
blog
Issuu (edições anteriores)
twitter

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Macromundo” ganhou uma nota na seção Go Cultura (p. 54) da 10ª edição da revista "Go Where Bahia" (editora Denver), publicação voltada para o mercado de consumo de luxo (moda, automóveis, saúde, decoração, gastronomia, entretenimento, business, etc.). Para ler, clique na imagem acima.

terça-feira, 17 de agosto de 2010


O programa "Vice Verso" da rádio Universitária de Vitória/ES (FM 104.7) vai ao ar toda quarta-feira, de 20h às 21h, sob o comando de Ítalo Galiza e Jamille Ghil, sempre com uma programação voltada para os vínculos entre música e poesia e espaço para autores locais. No site do programa está sendo construído um "Acervo póetico" com gravações de textos na voz dos próprios poetas. Fui convidado a participar e escolhi, como uma amostra de meu trabalho, dois poemas de "Microafetos" ("Mulher sobre a terra" e "O lagarto-planta") e três de "Macromundo" ("Molusco", "Os pássaros" e "Minuto último"), além de três poemas sonorizados pelo compositor e produtor musical Heitor Dantas no âmbito do nosso projeto de poesia eletroestocástica Vetor ("Gumes de sal e luz", de "Microafetos"; "Caracol", de "Macromundo"; e "Somossom", que criamos em parceria). Para ouvir minhas gravações no programa "Vice Verso", vá no link "Acervo póetico" e click na minha foto (ou vá no link direto http://www.programaviceverso.com.br/site/content.php?s=acervo_poeta&poeta=198). As gravações também podem ser baixadas (em mp3).

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

No programa “Perfil Literário” da Rádio Unesp de Bauru/SP (105,7 FM), o jornalista e crítico Oscar D'Ambrosio entrevista escritores, poetas e artistas de várias idades e lugares sobre suas trajetórias e influências. Desde janeiro de 2009, já foram mais de 800 entrevistas, compondo um importante material documental sobre a literatura brasileira de hoje. Conversei com Oscar há quatro meses, em 19 de abril de 2010 (dia que já parece longínquo; muita coisa mudou desde então); falei sobre primeiras leituras, poesia, migrações e projetos, entre outros assuntos, e li textos da minha série sobre gaivotas. Ouça (ou baixe) a entrevista comigo (duração total: 18'46'') clicando em
http://aci.reitoria.unesp.br/radio/perfil_literario/723%20PL_WLADIMIR%20CAZE%20OK.mp3. Todas as outras entrevistas do “Perfil Literário” podem ser ouvidas e baixadas (em mp3) no link http://aci.reitoria.unesp.br/radio/perfil_literario/. Recomendo, por exemplo, as entrevistas com Claudio Willer, Sérgio Alcides, Fabio Weintraub, Eliana Mara Chiossi (que faz uma reflexão sobre escrita, blog & poética descritiva), Mayrant Gallo, Fabiano Calixto e Virna Teixeira, entre muitas outras interessantíssimas (a organização dos arquivos não facilita a busca, mas vale a pena vasculhar a longa lista e conferir quem já passou pelo programa).

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

“Palavras-cantigas de ninar”

Um mantra ecoa nas notas (musicais) de Katherine Funke: viver cada instante em si, com o tempo que lhe é próprio, sem se deixar arrastar pela velocidade imposta pelo cotidiano. A escrita como uma ferramenta de aperfeiçoamento do ser produz “palavras-cantigas de ninar” (“Kappus, hoje”). Katherine captura o mundo com um olhar distanciado, mas deixa sua marca pessoal ao desmontar as máquinas indutoras de automatismos da percepção. Uma sabedoria selvagem emerge destes aforismos, microcontos, crônicas em cápsulas e minirreportagens poéticas. Neles, a escritora constrói um retrato do tempo como uma viagem na qual somos todos “efêmeros passageiros suspensos na direção de seus destinos, seus acasos, seus passados, seus futuros” (“Congonhas”). “Notas mínimas” se insere na tendência, que veio para ficar, de trabalhos literários testados primeiro em meio eletrônico e, sucedaneamente, editados em livro.

Orelha que escrevi para o livro de estreia da catarinense-baiana Katherine Funke. "Notas mínimas" será lançado durante a 21ª Bienal do Livro de São Paulo, no dia 13 de agosto (sexta), às 18h,
no estande da
Solisluna Editora (Rua L, n° 50).
A autora também estará circulando por Paraty durante a 8ª Flip,
com seu belo livro recheado de ilustrações de Enéas Guerra.
Um lançamento em Salvador também está por ser marcado.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Fotos da microtur de lançamento de "Macromundo"

Salvador: 22 de maio de 2010
Da esquerda para a direita: Lázaro, Irena, Lima Trindade, Sandro
Ornellas, WC, Bárbara, Cajazeira Ramos, Mayrant Gallo, Monica
Menezes, Andreia Gallo, Rosel Soares, Carlos Barbosa + Tom Correia

Vitória: 20 de maio de 2010
Os livros das editoras Confraria do Vento e Aves de Água

Porto Alegre: 24 de abril de 2010
Da esquerda para a direita: Lúcia Rosa, Xico Sá, Ana,
Sidnei Schneider, WC, Fernando Ramos, Guilherme Darisbo,
Lima Trindade e Marcelo Benvenutti

Agradecimentos especiais: Fernando Ramos, Laís Chaffe e Mayrant Gallo

quinta-feira, 10 de junho de 2010

notas para um prosoema "in progress":

(...) cornucópia de canudos conurbados, camadas de pessoas e carros intercaladas (tênue tremor do metrô sob os pés), passando rápido, correndo canais em conflito, a onda biônica de máquinas e gente em espirais, fluindo sem filtro umas entre as outras, histórias represadas vertendo certo para um centro invisto no colo sólido da cordilheira, o umbigo do sertão no ponto escolhido para a ermida de taipa, ajuntamento humano por cartilha de tordesilhas decisivamente atado às terras lusolatinas, mas motivo de disputas entre oportunistas e de interesse para um estrangeiro na vertigem de cruzar três ou mais vias interfundidas - esplendor outrora; já instante instável; universos em potencial.

[trechos do caderno "van gogh"]

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"Macromundo" no Correio Braziliense

"Acabo de ler o livro de poemas Macromundo, do pernambucano Wladimir Cazé. São poemas que, destituídos de lirismo mas carregados de técnica, fazem com que as palavras se tornem outra coisa, como satélites dos seus sentidos originais. Com declarada (mas sem angústia) influência de Jorge de Lima e João Cabral de Melo Neto, a coletânea foi uma boa surpresa. (...)."

Henrique Rodrigues, escritor
Correio Braziliense, 23 de maio de 2010
Dá para ler na íntegra no final da página: http://www.correioweb.com.br/cbonline/pensar/sup_pen_49.htm

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Resenha de "Macromundo" no Jornal da Paraíba

"A poesia artesanal de Wladimir Cazé", de Astier Basílio, é o título da resenha de "Macromundo" publicada no "Jornal da Paraíba" de hoje, 19 de maio. Clique na imagem abaixo para ler o texto.

domingo, 16 de maio de 2010

O POEMA INACABADO

Aquele animalzinho indefinido, achado
na estrada acidentada do sonho,
te molesta
com mordidelas nos calcanhares
- quando o que mais queres
é concentrar-te no caminho,
evitando os obstáculos que dificultam a viagem.
A cada vez que tentas distraí-lo
sua pequena mandíbula
volta a te perseguir,
cravando nos teus pés
pontiagulhas minúsculas.
Não adianta afastá-lo com safanões e ameaças,
nem erguê-lo sobre o asfalto,
preso pelo pêlo entre os dedos,
enquanto com a outra mão
pões em sua boca
algumas daquelas folhas douradas
caídas ao longo da rodovia:
sempre ele recomeça sua áspera carícia,
feita de cálcio, instinto e persistência.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lançamento em Salvador/BA: 22 de maio, 10h, na LDM Livraria Multicampi

Em lançamento duplo, eu e Mayrant Gallo apresentaremos em Salvador (BA) nossos novos livros -"Macromundo" (Confraria do Vento) e "Nem mesmo os passarinhos tristes" (Multifoco/3x4) -, no sábado, 22 de maio, de 10h às 14h, na livraria LDM (Rua Direita da Piedade, 20, Piedade). Repetiremos a dobradinha de sucesso de agosto de 2005, quando lançamos, também juntos e no mesmo local, "Microafetos" (meu) e "Dizer adeus" (dele). Eis o convite:

SALVADOR/BA:
22 de maio, sábado
De 10 a 14 horas
na livraria LDM (Rua Direita da Piedade, 20, Piedade)
Com Mayrant Gallo

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Resenha de "Macromundo" na Verbo 21

"O zoom kafkiano na poesia de Wladimir Cazé ", de Georgio Rios (poeta, blog Modus operandi ), é o título da resenha de "Macromundo", publicada na edição de abril da revista eletrônica de cultura & literatura Verbo 21.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Lançamento de "Macromundo" em Porto Alegre/RS: sábado, 24 de abril, às 16h


Nova mudança de ventos: "Macromundo" será SIM lançado em Porto Alegre neste sábado (24) às 16h, em evento do Festipoa no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano (Rua Riachuelo,1257), juntamente com exibição de minimetragens do projeto Cidade Poema e leitura de poemas por Everton Behenck, Berenice Sica Lamas, José Antônio Silva, Liana Timm e Laís Chaffe.

EVENTO:
O que: Exibição de minimetragens do projeto Cidade Poema / leitura de poemas / lançamento de "Macromundo", de Wladimir Cazé
Quando: sábado (24), às 16h
Onde: Instituto Cultural Brasileiro Norte-americano (Rua Riachuelo,1257, Porto Alegre/RS)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Entrevista pro blog do FestiPOA

Respondi (pelo menos, tentei) algumas perguntas sobre poesia para o blog do FestiPOA - Festival Literário de Porto Alegre, que começou ontem e segue até domingo (25 de abril).
Leia a entrevista

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"A arte do cordel" na TV Bahia

Clique na imagem e assista a reportagem completa

"A arte do cordel", Rede Bahia Revista, TV Bahia (Globo)
Reportagem: Jony Torres
Imagens: Alberto Luciano e Ubiratan Passos
Edição: Malu Verçosa e Augusto Vieira
Produção: Camila Pimentel
Com: JC Freitas, Antonio Barreto, Iderval Tenório, Wladimir Cazé, Paraíba da Viola, Leandro Tranquilino e Bule-Bule
Exibido em 18/04/2010


sábado, 10 de abril de 2010

“(...) próximo (...) dos principais pólos econômicos do Brasil colonial, o Espírito Santo, no decorrer de sua história, pouco se beneficiou desta localização. (...) Conhecida no século XVIII como uma das mais pobres Províncias, o Estado contava também, até o final do século XIX, com o menor contingente populacional do litoral brasileiro. (...)

Em linhas gerais, as razões dessa estagnação iniciaram-se no período Colonial e se estenderam ao longo do século XVIII, com a descoberta do ouro em Minas Gerais. Apesar de sua menor distância para o litoral, decidiu-se que o escoamento do ouro deveria ser pelo Porto do Rio de Janeiro, cabendo à Capitania do Espírito Santo apenas o papel de defesa natural para impedir o acesso à região de Minas Gerais. Nesse sentido, o Governo reforçou os contingentes militares e impediu a abertura de qualquer estrada ligando o litoral capixaba à região do ouro. Somente no início do século XIX, devido às mudanças de ordem política, é que caiu, então, a proibição de abrir caminhos para o interior. (...) Porém, isso não surtiu grande efeito, uma vez que os intercâmbios comerciais das Minas Gerais já haviam se consolidado com as Capitanias de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

De 1870 até o final dos anos de 1960, a economia capixaba dependeu da monocultura cafeeira. (...) As peculiaridades da forma do desenvolvimento da lavoura do café moldaram o perfil de sua ocupação territorial e podem ser tomadas como índice para explicar a ausência de grandes aglomerados urbanos.

(...) o café se desenvolveu no Estado a partir de três regiões distintas: região Sul, Norte e Central. Destas, apenas a produção desenvolvida na região Central, até o final do século XIX, era destinada à cidade de Vitória.

(...) Por não dispor de uma infra-estrutura portuária para receber navios maiores, essa produção era levada, inicialmente, por cabotagem, para o Rio de Janeiro, onde era comercializada nas sedes das empresas exportadoras, mantendo, assim, a economia capixaba dependente (...)

(...) Sendo assim: ‘ficou Vitória, apesar de centralizar o aparelho político administrativo do Estado, sem receber influência econômica das outras regiões localizadas no Estado’. (...) A cidade de Vitória, no final do século XIX, encontrava-se ‘isolada dentro do próprio território estadual’ (...).”

(Samira Margotto, em "Cousas nossas: Pintura de paisagem no Espírito Santo - 1930/1960", ps. 26-28)


A persistência, até os anos 1960, da pintura de paisagem academicista no Espírito Santo e sua utilização pelo poder público local como elemento para a construção de uma identidade capixaba fundada nas belezas naturais dos arredores de Vitória são os temas da pesquisa de Samira Margotto em "Cousas nossas: Pintura de paisagem no Espírito Santo - 1930/1960" (Edufes, 2004). Na tentativa de compreender como um gênero artístico tido como liquidado pelo modernismo pôde florescer tardiamente no estado (periférico, apesar de sua centralidade geográfica no litoral brasileiro), a autora acaba por apontar algumas das razões históricas que explicam o isolamento e o acanhamento cultural do Espírito Santo no panorama nacional (“Entre todos os Estados do Brasil, o Espírito Santo é um dos únicos que tem passado em branco perante a nossa história intelectual, sem jamais demonstrar sua cultura em qualquer ramo das ciências e das artes. Raras vezes o seu nome tem surgido e ocupado a atenção da alta imprensa do país”, escreveu Antonio Belisário Vieira da Cunha em 1915, conforme citação à p. 161).

Leia comentários a outros 3 livros sobre a cidade de Vitória (ES):

- “Vitória: Sítio físico e paisagem”, de Letícia Beccalli Klug

- “
A geografia da verticalização litorânea em Vitória: o bairro Praia do Canto”, de Eduardo Rodrigues Gomes

- “
Expansão urbana da área Norte de Vitória – 1970/87”, de Ricardo Brunow Costa